sexta-feira, 14 de agosto de 2020

A VACINA? É O HEAVY METAL DO VÁLVERA!



O Válvera está de volta com o álbum mais pesado da carreira, honrando os mestres do heavy metal.


Após o aclamado Back To Hell 

O álbum que levou o Válvera para voos mais altos- uma turnê europeia, parcerias pelo mundo todo, a banda também atingiu outros fãs, depois de ter feito a difícil mudança de português para inglês em suas letras (o primeiro disco ainda era na língua de Pedro Álvarez Cabral), chegou a hora da banda se consolidar como uma das principais do país da Cloroquina.

Glauber Barreto (voz e guitarra), Rodrigo Torres (guitarra), Gabriel Prado (baixista) e Leandro Peixoto (batera) fizeram um belíssimo disco chamado Cycle of Disaster. Esse é o terceiro da discografia da banda que foi fundada em 2010, nada melhor que comemorar esses dez anos lançando um trabalho que ficará na história da música pesada do Brasil.
Uma observação: Jesiel Lagoin, ex-baixista da banda, gravou as faixas do álbum. 

O primeiro single desse novo trabalho "Bringer Of Evil",  teve muitas críticas apontando que o Varva (como é popularmente conhecida a banda) encontrou o seu som, o seu estilo, nessa música. O jornalista dessa resenha também concorda. Como diria o gênio narrador Sílvio Luis: confira comigo no replay:


O Válvera após intensa divulgação da primeira música do Cycle Of Disaster, resolveu nos presentear mais uma vez com uma das canções mais bem trabalhadas do novo álbum, "Glow Of Death", aqui podemos ouvir as diversas influências do grupo: desde o clássico metal até as bandas mais novas como Machine Head, Gojira, Mastodon, e por aí vai descendo ladeira acima (com o Varva é assim, a gente inverte até o dito popular)...


A música relata o episódio ocorrido em Goiânia, do Césio 137, onde pessoas, inocentemente, foram contaminadas por radiação de um aparelho que estava perdido em um ferro-velho, catadores levaram para casa, e centenas de pessoas sofreram com o chamado "Chernobil brasileiro".
A canção do Válvera tem vários andamentos, uma afinação diferente dos outros álbuns da banda, o disco inteiro está assim: mais potente, mais soco na cara, vai agradar muitos fãs de metal.

São 9 canções que não deixam o ouvinte respirar, quando achamos que vem o momento da calmaria, a tempestade aparece toda hora, e se você acha que vai ficar incólume aos riffs do Glauber (aliás, o que esse cara está cantando é uma barbaridade) e do Rodrigo, você está totalmente errado. Como um furacão que destrói tudo onde passa, mas mesmo assim você quer ver a sua beleza.

O disco abre com "Nothing Left To Burn", um thrash metal de enlouquecer, o vocalista berra "burn!", e começa um dos melhores discos que ouvimos na vida.
Os dois guitarristas estão tinindo, a dobradinha do Varva já é característica, faz parte do estilo do quarteto, um completa o outro.
O batera Leandro é um dos mais rápidos do estilo. Esse é o primeiro disco do músico com a banda, e tem tudo pra evoluir nos próximos álbuns.

A segunda faixa leva o mesmo nome do disco: "Cycle of Disaster", confesso pra vocês que, escutei o começo da música várias vezes pra entender o que esses quatro manos fizeram aqui. E meus olhos encheram de lágrimas, pois o peso de uma banda de metal me emociona quando compõem uma parada diferente e bem trabalhada. O álbum já poderia parar aqui. "Quatro músicas, Pedro?! Tá maluco?". Acho que tô mesmo. Após ouvir esse disco, você vai ficar doido, querendo ouvir de novo, de novo, e de novo...

O ser humano extermina os animais, trai o amigo, é ingrato, passa por cima de qualquer um, rouba a população, querem nos tirar a sensibilidade, querem acabar com o amor, para todos esses sentimentos ruins, eu vou escutar essa música "Cycle Of Disaster" e me libertar.

"The Damn Colony" aborda o Holocausto Brasileiro. Se você nunca ouviu falar dessa verídica história, prepare-se para uma tragédia sem fim. Mais de 60 mil mortes em um hospício. Os pacientes morriam de fome, frio e eram torturados nesse hospício nos anos 60 e 70. Se você achou que o Válvera está muito pesado nesse terceiro álbum, agora entenda o porquê. O Brasil nunca foi um país da bossa-nova, o Brasil é heavy metal até o final dos tempos.
O refrão dessa música fica na nossa cabeça. O começo da canção nos remete a um médico dizendo "aqui ninguém poderá sair...".

A quinta canção,"All Systems Fall", começa num bate-cabeça incrível, quem tem cabelo ou quem não tem, impossível não mexer, e impossível ficar parado com esse petardo. Rodrigo Torres apavora com os seus solos, mas calma aí, que os solos mais bonitos do disco estarão na próxima faixa.

Eu conheço os caras do Válvera faz 5 anos. Talvez um pouco mais. E nunca me esqueço quando assisti o show da banda pela primeira vez em 2015. Me trouxeram uma alegria impagável por estar ouvindo um som pesado e com muita qualidade. 
Eu escrevo isso, porque a sexta faixa do álbum "Born A Dead Planet" é a melhor música que eles já fizeram em toda a sua carreira. E mais uma vez fiquei comovido com uma música. Meu caro amigo leitor, quando você for escutar, repare nos riffs, se ligue nos solos, é uma das melhores músicas de metal que você vai ouvir. O lyric video da obra-prima está para sair, fique ligado.

"O.S 1977" não deixa a poeira assentar, muito pelo contrário, faz o espírito dos músicos inspirados continuar a nos surpreender.

"Lute pela sua vida", essa é a tradução do nome da oitava canção do álbum, é perfeita para definir a carreira da banda. Eles surgiram no interior de São Paulo, e desde 2013 vieram pra São Paulo tentar fazer uma carreira digna, e para isso já passaram por vários perrengues, falta de grana, falta de comida, falta de luz, gás, troca de integrantes, mas eles estão aí, em plena pandemia desse vírus maldito, dando de presente para os amantes do metal, um disco que daqui a 10 anos será considerado um clássico, e quem será chamado de mestres será o Válvera!


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